Valentim Gentil - Onde o verde é mais verde e a natureza se faz gentil

Visitamos o Rio São José dos Dourados, um dos mais belos rios de nossa região, com vida abundante em suas águas e corredeiras lindíssimas. É de tirar o fôlego! Acompanhe essa e muitas outras aventuras capturadas por nossas lentes. O trabalho é nosso, a emoção é sua!

Quem passa por Valentim Gentil, ao cruzar a Rodovia Euclides da Cunha, talvez não imagine todo o potencial turístico que o município possui. Referência nacional no setor moveleiro, com um Parque Industrial pujante e moderno, com 84 indústrias especializadas na fabricação de móveis em madeira e tubulares, produção esta, também exportada para países do MERCOSUL. Valentim Gentil recentemente conquistou o selo “Município Verde & Azul”, graças ao empenho da atual administração municipal no tocante a preservação ambiental.

Iniciamos nossa aventura bem cedo, pois sabíamos que um dia de trabalho, apesar de render lindas imagens, não seria o suficiente para registrar toda a magnitude do Rio São José dos Dourados, por isso, visitamos “de cara” o coração da cidade.
Praça da Matriz

Preservando aquele clima aconchegante de cidade interiorana, Valentim Gentil, que já foi conhecida pelo nome de Jacilândia, possui árvores frondosas na Praça da Matriz, que fazem sombra a qualquer hora do dia, principalmente para quem procura apenas se esconder do calor ou precisa usufruir dos serviços públicos, visto que os poderes municipais se encontram privilegiadamente instalados ao seu redor, facilitando a vida do cidadão.

Estação Ferroviária
Não poderíamos deixar de registrar a beleza da estação ferroviária, que agrega em sua estrutura o terminal rodoviário, com lanchonete, bilheteria (guichê), plataformas de embarque e desembarque, além das casas destinadas aos antigos funcionários da ferrovia. Tudo construído seguindo o padrão inglês que, ditava a regra nos tempos áureos em que os trens de carga e de passageiros cortavam os mais longínquos rincões, levando e trazendo o progresso por esse “interiorzão”. Durante nossa visita a estação, tivemos o privilégio de ver passar um trem de cargas. Viajamos no tempo graças a ele.

Prainha
Já era quase hora do almoço de segunda-feira, quando nossa equipe partiu, acompanhada do Secretário Municipal de Esportes e Turismo “Dinho”, com destino ao Parque Eco Turístico Municipal, carinhosamente conhecido como “Prainha”, pois lá encontraríamos o guia que tornaria nosso passeio rico em informações. Seguimos viagem pela vicinal “Marcírio Gomes”, que liga Valentim Gentil ao município de Magda, percorrendo cerca de dezoito quilômetros até avistarmos o Parque. A estrada apresenta boas condições de tráfego e sinalização, tornando o passeio mais agradável aos visitantes.

Logo que chegamos, fomos recepcionados pelo caseiro do local e “nosso guia” na oportunidade, Cristiano da Silva Alves, um carioca da gema que deixou as raízes fluminenses para viver à sombra daquele santuário ecológico. Iniciamos nossa decida em busca do São José dos Dourados, observado cada detalhe do Parque, que conta com uma área de 12 alqueires, tendo em sua maioria, densa vegetação com árvores centenárias. O Parque Eco Turístico possui estrutura diversificada, com cascatas, piscina com escorregador aquático, lanchonete, quiosques cobertos (dotados de pias e churrasqueiras), sanitários, pontes e até um mini zoológico, que no momento aguarda o início das obras de revitalização. Outro ponto visitado por nossa equipe e que também receberá obras de recuperação em breve é a “área de camping”, que atualmente encontra-se desativada, porém, segundo o guia Cristiano, continua a receber visitantes durante os finais de semana.

Trilhas
Caminhamos por inúmeras trilhas ecológicas, todas interligadas entre si, perfazendo um trajeto de aproximadamente mil metros, onde o contato com a natureza se faz mais próximo e o que percebemos foi a preocupação do guia Cristiano e de sua equipe com relação à limpeza do local. Cada copo, garrafa, lata ou pedaço de papel é retirado rapidamente, para que não polua o Parque, porém, ao chegarmos às margens do rio São José dos Dourados, registramos o descaso de alguns turistas que, apesar dos avisos e campanhas em prol ao meio ambiente, insistem em deixar a “sua marca”.

Ao acompanharmos as trilhas, registramos um pequeno córrego que passa entre o Parque e a “área de camping”, após ouvirmos as histórias de nosso guia, por motivos óbvios, decidimos batizá-lo de “Córrego da Sucuri”. Nosso intrépido fotógrafo J. Sthrèppe, sempre corajoso, não mediu esforços e clicou a pequena queda d’água.

O Parque Eco Turístico recebe cerca de seis mil pessoas por mês, vindas de vários pontos da região que, para usufruírem das instalações, colaboram com as taxas de uso dos quiosques, no valor de dez reais por um período de doze horas e de estacionamento, cinco reais. Veículos emplacados em Valentim Gentil e Magda são dispensados do pagamento do estacionamento. Os recursos obtidos são empregados na manutenção do Parque e no pagamento de funcionários.

São José dos Dourados, o rio vivo
A tarde caia lentamente quando nos encontramos com o São José dos Dourados. Após silenciosos momentos de contemplação, passamos a margear o poderoso rio, buscando retratar toda beleza e força do “Douradão”. Segundo Cristiano, nosso guia, apesar de toda a visitação, é possível encontrar grande variedade de peixes, mesmo próximo do Parque Eco Turístico. Seguimos caminho por uma trilha e nela encontramos uma estrutura destinada à pescaria, com plataformas de concreto ao longo do rio.

As Corredeiras do Golfo
Segundo dia de aventura e lá fomos nós atrás das Corredeiras do Golfo. Saímos de Valentim Gentil novamente pela vicinal “Marcírio Gomes” e antes de chegarmos ao Parque Eco Turístico, tomamos o acesso com destino a Santo Antônio do Viradouro, passamos pelo vilarejo, um dos mais antigos da região, e seguimos viagem em direção a Meridiano. Nas proximidades da usina adentramos ao caminho que leva a um pequeno condomínio de ranchos. Lá se esconde um dos mais bonitos espetáculos da natureza: as Corredeiras do Golfo.

Deixamos o carro próximo à entrada dos ranchos e descemos a pé em direção à mata ciliar. A cerca de uns trezentos metros, já era possível ouvir o São José dos Dourados roncar ao passar pelo Golfo, um ponto de estrangulamento do rio que proporciona belas e traiçoeiras corredeiras.

Só quando chegamos às margens é que notamos a força e o volume das águas do “Douradão”. Naquele ponto, não conseguimos calcular a vazão do rio e procuramos adotar como companheira de viagem, a boa e velha humildade. Éramos pequenos e frágeis se comparados à beleza selvagem do Golfo. Muitas pedras, quedas d’água e lajeados por onde é possível avançar rio adentro. Cenário perfeito para quem curte esportes aquáticos radicais. Ao longo das margens do Golfo, notamos uma quantidade significativa de minas, por onde é possível ver água cristalina que brota da mata e corre mansa em direção ao rio. Permanecemos ali por quase três horas, registrando cada detalhe daquele espetáculo natural e ao final, é impossível não concluir que valeu o sacrifício. Conquistamos o Golfo do São José dos Dourados e ele também nos conquistou.




Fonte: Resvista IMAGEM DOS GRANDES LAGOS
Contato: Admilson José Garcia
admilsongarcia@hotmail.com

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